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Capitulo 11 de Pride - Not found

Sexta-feira, 30.09.11

 

 

 

Pronto, está aqui para quem não conseguiu ler, o anterior.

 

Capitulo11 – Dia 43

 

 

 

            Cally estava na sua cama a tocar na minha guitarra, quando Will abre a porta e faz com que ela bata com força na parede fazendo-a desafinar na música que estava a tocar. Ela olhou para ele e estendeu-lhe o polegar com um sinal de fixe.
            -Boa Willy, mais uma amolgadela não faz mal – disse acabando por rir-se.
            -Liguei-te mil vezes e não me atendeste.
            -Foi por isso que fizeste este espalhafato todo? – Perguntou-lhe ela.
            -Não – encolheu os ombros – queria dar nas vistas – riu-se. – Vem ter com o pessoal.
            -Para quê? Já sabes que não gosto de…
            -Anda – Willy puxou-a por um braço e com outro pegou na guitarra colocando-a em cima da cama.
            -William Moon – resmungou Cally.
            -Não resmunga! – Ralhou Will tentando não se rir

Mal Cally entrou na sala de Will sentiu um estranho silêncio e bufou.
            -Eles estão lá em cima – disse Will pegando na sua mão e fazendo-a subir dois lanços de escadas. Quando entrou viu todos sentados como se nada se passasse.
            -Do you like waffles? – Ouviu-se Ivan gritar para os outros.
            -Yeah, we like waffles! – Gritaram Scott, Will, Lily e Brian. Ivan e Scott começaram a tocar.
            -Do you like pancakes? – Gritou Ivan.
            -Yeah, we like pancakes! – Gritaram os restantes. Brian e Will começaram a tocar também, os seus instrumentos.
            -Do you french toasts? – Gritou novamente Ivan.  
            -Yeah, we like french toasts! – Gritaram todos.
            -Di bi di bi di, get an waffles!  - Lily veio na direcção de Cally a rir-se.
            -Waffles! Waffles! Waffles! – Cally também cantou a gritar.
            -Wa- Di bi di bi di, get an waffles! – Finalizou Will. A música parou e Cally riu-se, mas depois apercebeu-se para que era aquilo.
            -Eu já vos disse mil vezes que não gosto de quando vocês me fazem…
            -O quê? – Perguntou Scott encolhendo os ombros – Hoje não é nenhum dia em especial, pois não?
 Todos negaram com a cabeça e Cally sorriu.


           
-Vamos aos shots! – Gritou Scott levantando-se e agarrando Cally pelos ombros.
            -Oh Yeah – guinchou Ivan.
 Cally baixou a cabeça fazendo Scott andar com o braço levantado sem ninguém e foi andando até ao mini bar de Will a seu ritmo deixando-se ficar um pouco para trás. Brian apanhou-a e sorriu-lhe.
            -Parabéns pelo cargo, mereceste – admitiu ele.
            -Obrigada – agradeceu – como é que está tudo?
            -Está melhor. – Sorriu ele debilmente. – Fui ilibado por falta de provas mas perdi as coisas mais importantes. – Desabafou. – A minha namorada e banda.
            -Lamento – Parecia quase mentira mas Cally lamentava mesmo.
            -Não tens nada que lamentar. Eu vou recuperar tudo aos poucos. – Cally olhou-o um pouco alarmada.
            -Pretendes entrar novamente…
            -Não – apressou-se Brian a dizer – podes estar calma quanto a isso. Não quero voltar para a banda, acho que vim mudar muita coisa no início e acho que as pessoas gostam mais de como o primeiro álbum foi lançado. – Olhou para Will que já devia ir no terceiro shot – Com o Moon a cantar.  – Cally sorriu.
            -Tu vais fazer muito sucesso com ou sem Not found. – Cally continuou a andar e foi ter com Lily que estava a dançar ao som de Metallica*. Ela ia falar com a amiga mas sentiu o seu telemóvel vibrar e teve que o ver.
           

Quero ver-te no dia do teu aniversário. Vem para casa Cally.
 Pai.

Cally revirou os olhos e sentou-se suspirando. Não queria ir para casa e vê-lo, lembrar-se de tudo de novo. Ao retirar a mensagem dele viu que ainda tinha outra.

Precisamos de falar.

A última era o seu tio. Cally juntou as suas sobrancelhas e levantou-se indo para um sítio menos barulhento. Ligando ao tio colocou o telemóvel no ouvido e ouviu os famosos bips.
-Sim? – Perguntou do outro lado
-Disseste que precisávamos de falar.
-Não era para ser já agora, por isso é que…
-Se quiseres tem que ser agora.
-Tudo bem, vem ter comigo pelas sete.
-Vou aí estar.
Desligou o telemóvel e foi de novo para junto dos amigos. Will já estava bêbado.
            -VEJAM! – gritou em alto e bom som – Eu sei dançar como uma bailarina, querem ver? – Ele não esperou pela resposta e começou a dar voltas normais. Cally riu-se e foi ter com ele.
            -Cuidado com a tua voz criatura! - Chamou à atenção ela. Ele gargalhou e baixou-se sem qualquer necessidade.
            -Eu vou ter que ir, volto à noite. Está bem? – Perguntou ela no meio da sala. Scott assentiu levantando uma cerveja e os outros foram fazendo o mesmo. – Até mais tarde.

 

Cally bateu à porta de casa do tio, que não era nem de perto tão grande como a dela. Era mais pequena e mais sombria e não havia espaço para nada.
            -Vieste mais cedo que o pedido – resmungou Frank, o irmão do seu pai, seu tio.
            -Sim e quê? – Perguntou ela.
            -Estás mau humor, estou a ver.
 Cally encolheu os ombros.
            -Tu também. Vamos ao que interessa, sim? – Pediu ela entrando. Antes de ter ido para aquela casa tinha passado por uma loja e comprado uma faca fina e afiada na ponta, com o tio, nada podia lhe podia escapar, nem um único movimento. Frank moveu-se para lhe dar espaço para entrar e ela foi até à sala onde se sentou de uma maneira cómoda.
            -Bem, eu queria falar sobre…
            -O meu aniversário – sorriu-lhe ela cinicamente – não é?
            -Perspicaz como sempre, querida sobrinha – ironizou Frank – é sim senhora. – Ele sentou-se à frente dela em cima da mesa de centro. – Agora que fizeste vinte anos eu quero-te dar uma coisa boa, que tu mereças.
Cally abriu a boca fingindo surpresa.
            -Oh Deus, tu queres matar-me! – Disse tentando fazer uma cara assustada e acabando por se rir. – Não consegues, lamento.
            -Pelo contrário, eu consigo. – Sorriu-lhe da mesma forma que a sobrinha lhe sorrira e inclinou-se mais para a frente. – Sabes que eu sei porque é que adoras o teu dia de anos? É claro que eu sei, tu e o teu pai não são os únicos inteligentes da família – enquanto dizia isto, Cally estava a perguntar-se onde o tio tinha a sua faca, se estava escondida ao pé do seu tornozelo ou se estava no mesmo sitio que a dela. – Tu e o teu irmão são gémeos, ele morreu e tu pensas que cada vez que fazes mais um ano, falta pouco para voltar a recordar-te da sua morte trágica.
            -Chega de mentiras sim? Eu sei como ele morreu. – Frank deixou-se mostrar-se surpreso, ou seja, ele sabia que ela sempre soube tudo.
            -Lamento imenso. 
            -Não preciso de lamentos.
            -Sabes o que o teu pai lhe fazia? – Frank estava a querer irrita-la e estava a conseguir. – Ele ensinou-o tudo e depois obrigou-o a matar uma menina muito parecida a ti. Disse que o tornaria mais forte. Foi o que o nosso pai lhe fez, fê-lo matar um rapaz parecido ao teu tio Oliver e a partir daí eles passaram a odiar-se um ao outro. O teu pai queria que o teu irmão te odiasse.
            -Cala-te.
            -O que quer dizer que apesar de ele não querer matar pessoas, ele já te odiava.
            -Cala-te! – Gritou Cally exaltada. Já estava de pé e pronta para retirar a faca da liga por baixo da saia.
            -Não. – Disse firmemente Frank. – Ele chegou a matar uma pessoa Cally. Uma pequena rapariga muito parecida a ti. Com os seus cabelos castanhos compridos como usavas na época, com os seus olhos verdes. Igual, eu vi a escolhida. Vi também como os pais dela choraram. Oh! Deu tanto gozo – riu-se. Cally não estava a suportar a ideia de que Luke tivesse morto alguém.
            -Eu disse: Cala-te! – Gritou ela apenas segundo depois se apercebendo que o tio a estava a agarrar pelo pescoço e ela já estava no chão a ser estrangulada.
            -E eu disse que te conseguia matar, menina prodígio.
 Cally estava realmente a começar a sufocar e com o peso do homem em cima dela era difícil mover-se para retirar a faca da sua liga. Com as unhas de uma mão que estava mais solta começou a arranha-lo na barriga com toda a força que tinha. Quando finalmente conseguiu retirar a faca foi só preciso enfia-la na barriga grande que Frank tinha, mas ele não morria assim. Pessoas que se tornam em monstros são difíceis de matar.
Com a dor Frank agarrou-se imediatamente à barriga que sangrava. Nesse tempo, Cally tentou recuperar o folego e só se atreveu a levantar-se quando viu Frank com uma chave de fendas a ir contra ela aos trambolhões. Não conseguiu escapar totalmente e foi atingida por ela na sua perna. Queixando-se empunhou bem a faca e foi contra ele esfaqueando-o novamente.
            -Morre – gritou apavorada vendo que Frank ainda tinha força para ir atrás de si. Se ela tinha medo? Ele era muito mais experiente e forte, é claro que Cally tinha medo.
            -Morre tu. – Disse Frank indo na direcção dela. Cally ainda não sabe muito bem como, pois foi muito rápido, mas quando ele chegou à sua frente com a chave de fendas falhou algo e tão rápido como saiu, a sua faca entrou directamente no seu estômago afogando-o em sangue.
            Pela primeira vez, Cally tinha tido necessidade de matar, necessidade de matar para sobreviver. Pela primeira vez Cally tremia e não conseguia raciocinar direito.

 

*Peço imensa desculpa mas a minha bandinha tinha que aqui estar.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Cate J. às 21:56

2 comentários

De Andrusca ღ a 01.10.2011 às 18:28

Ai o que se terá passado para o tio decidir fazer-lhe aquilo agora? :o
Coitadinha pá :c
E aquilo do Luke? Será verdade? Eu acho que não mas... bah
Adorei ^^

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