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Stardust - Prólogo

Sexta-feira, 29.11.13

Prólogo


Quando ouvimos o som de uma ambulância ao longe, sabemos que ela vai ajudar alguém, isto, se chegar a tempo. Nunca pensamos que podemos conhecer a pessoa que está em apuros. Que alguém que nós conhecemos pode estar morto ou a morrer.
                 Eu estava na baixa da minha cidade, com a minha melhor amiga, Rebecca, a comprar roupa para o meu armário já cheio e atolado, quando ouvi o som da ambulância. Lembro-me de ficar preocupada com a velocidade a que ia, devia ser mesmo algo grave, mas não liguei mais, entrei na loja e fui gastar o resto da minha mesada.
                Quando cheguei a casa disseram-me que a minha mãe tinha sido atropelada por um camião. A ambulância tinha sido para ela. A minha mãe estava morta. Eu estava sozinha, nem os lares me queriam porque já tinha passado do limite de idade. Tinha que me desenrascar sozinha, procurar um emprego e sobreviver.
                Quanto à minha mãe muitos diziam que tinha sido suicídio, mas eu não conseguia pensar assim, ela andava sempre com um sorriso na cara, apesar de me ter criado sozinha, sem aceitar qualquer ajuda. Éramos só eu e ela. Mas, no dia em que consegui entrar em casa para ir buscar algumas coisas para levar para a de Rebecca, onde estava a passar uns tempos, vi em cima da minha mesa-de-cabeceira um envelope com o meu nome. Havia um bilhete que dizia uma palavra numa letra muito cheia e redonda: “Desculpa.” Embrulhado a isso vinha um colar, um colar que nunca tinha visto nela, tinha o fio de prata e um coração pequeno com um rubi no meio da mesma forma. Só quando vi isso é que percebi que os rumores eram verdade, ela tinha-se mandado para a frente de um camião porque sabia que era a maneira mais fácil de morrer. Ela tinha-se mesmo suicidado.
                 Agora, dois anos depois, não consigo continuar com a minha vida, as minhas memórias ficam presas naquele bilhete e no colar todos os dias e sei que isto tudo só vai passar quando eu descobrir o que é que aconteceu com a minha mãe. Eu vou descobrir.

 

_________________________________________

 

Eu venho sempre mais tarde do que digo.

O que interessa é que apareço.

Trago o prólogo. Não está grande coisa tenho a dizer, eu tento fazer alguma coisa de jeito que seja realista, mas nunca sinto que esteja realmente bom, mas pronto, aqui está.

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  • Helena Pinto

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