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Hidra 6 - Canibalismo?

Sábado, 23.03.13

Isto está a coisa mais pequena de sempre, vocês deviam querer matar-me -.-, mas eu compenso no próximo capitulo. Provavelmente só vou postar no sábado, ou ainda na sexta, porque hoje vou para Gouveia e só volto na quinta nao sei a que horas.

 

6ºCapítulo

Canibalismo?


 

 

 

                -O que é que eu faço? – perguntou de joelhos ao lado dele passando a mão pelo seu cabelo, apertando-o mais no seu rabo de cavalo. Ele abriu a boca e olhou para o pedaço de pedra que o cobria. Grace abanou a cabeça, ela não tinha força. – Calma – disse mais a ela própria do que a ele. – Eu consigo – murmurou colocando as mãos por cima da pedra e colocando toda sua força nas suas mãos, mas nada aconteceu.
                -Grace – chamou Quint já a começar a entrar em pânico. – Eu não consigo… - Quint não conseguiu terminar o que estava a tentar dizer, não tinha qualquer ar nos pulmões e estava a ficar meio roxo. Até Grace, que às vezes conseguia ser muito lerda, percebia que se ele continuasse ali debaixo mais uns segundos não ia conseguir sobreviver. Ela voltou a tentar afastar tudo aquilo, mas era escusado, não tinha força suficiente para aquilo. O desespero começou a instalar-se no seu peito fazendo-a hiperventilar enquanto agarrava no único braço de Quint que estava fora.
                -Aguenta por favor – pediu baixinho encostando a cabeça à dele e quando a voltou a levantar foi para chamar Rafael, mas ele já a tinha tirado tudo de cima do irmão apenas num instante, enquanto Grace nem num segundo tinha conseguido mover aquilo. – Acho que vou vomitar – dito e feito, o pouco que tinha comido, Grace deitou fora, Rafael tinha razão, era demais para ela. Não! Não, não tinha razão, Rafael não gostava de competição, era por isso que a tratava tão mal, ela estava convencida disso. 
                -Estás bem? – perguntou Quint, Grace assentiu.
                -Estou – respondeu Rafael, fazendo com que a rapariga olhasse para eles os dois, Quint não estava a falar com ela, estava a falar para o irmão que estava ligeiramente abatido e com o maxilar cerrado. – Vamos embora agora antes que vos matem – disse ajudando o loiro a levantar-se. Grace correu atrás deles, ainda meio tonta, para fora do edifício e agarrou-se à mota para não cair.
                -E agora? Eu não sei andar de mota e ele não está… – apontou para Quint que já tinha recuperado a cor e já estava como novo – pelos vistos está.  - ouvi algo cair, fazendo-a olhar para baixo e juntou as sobrancelhas ao ver uma seringa.
                -Eu estou bem – disse Quint fazendo uma careta quando tocou no seu braço que estava apenas ligeiramente arranhado. – São só uns arranhões – sorriu fazendo-se de forte e indo para cima da mota, sob o olhar atento de Rafael, ele sabia que por vezes o irmão era demasiado orgulhoso para admitir dor. Grace assentiu e foi para trás dele na mota tentando segurar-se apenas à sua roupa que também não estava muito bem estimada.

 

Ao voltar para a Fazenda, Grace viu Kate num estado desesperado à porta da entrada.
                -Estás parva, Grace? Se a tua mãe sabe não és só tu que estás morta, sou eu também. – ralhou ela fazendo a neta encolher os ombros ainda ligeiramente enjoada. A única coisa que queria saber agora era da mãe, era graças a ela que Grace tinha quase morrido, se a ela soubesse defender-se minimamente estaria tudo bem agora.
                -Ela não precisa de saber se não lhe contares. – Kate até susteve a respiração, se Marge soubesse… Ela era a fúria em pessoa, essa fúria não podia ser despertada. Porém a preocupação de Kate desviou para Quint quando ele cambaleou, mas tentou disfarçar continuando a andar e depois para Rafael que estava demasiado pálido.
                -O que é que aconteceu no Concelho? – perguntou, Rafael passou por ela e parou abanando a cabeça.
                -Está completamente vazio, só há mutantes, vamos rezar para que não estejam mortos – disse num tom seco e um bocado irónico – vou sair daqui – disse com um suspiro dando meia volta e agarrando na sua mota para sair.

 

Grace tinha preparado um chá para si própria, o que na verdade era um autêntico milagre, mas não se deu ao trabalho de festejar. Estava um caco, precisava de descansar e colocar a cabeça em ordem, em dois dias tinha acontecido demasiadas coisas. 
                -Olá – ela estremeceu quando viu Anastácia. – Desculpa, não te queria assustar. – disse com um sorriso cansado. Estava pálida e os olhos dela estavam estranhamento esbugalhados.
                -Precisas de alguma coisa? – perguntou Grace, ela não percebia como é que a conseguia odiar tanto, porém ela não parecia muito saudável. Anastácia assentiu e olhou em volta.
                -Acho que precisava de comer alguma coisa, mas não sei o quê –  começou a andar à volta da mesa da cozinha, onde Grace estava, enquanto olhava para a bancada.
               -Come uma maçã, não estás com um aspecto muito bom - Grace encolheu os ombros com um sorriso divertido, mas Anastácia não pareceu gostar, porque de um momento para o outro Grace só a sentiu atirar-se para cima dela e algo húmido que ardia no seu pescoço. Ela gritou histéricamente tentando prender-lhe os braços.
                -Larga-me – gritou finalmente conseguindo prender os seus braços e para-la. Levantou-se e fez com que a morena se debruçasse sobre a mesa ficando a salivar para esta. - Lá se vem o meu chá - murmurei Grace para si própria. 
                -Tenho fome – a voz de Anastácia saiu completamente desesperada e irritada, estava a tentar escapar das mãos de Grace, mas estava fraca e tinha sido descoberta, por isso o melhor era não lutar. – Não contes. – pediu de olhos arregalados e por momentos pareceu voltar ao normal.
                -Grace? – Quint fez uma careta ao ver Grace agarrar os braços da cunhada – estão bem? – perguntou-lhe fazendo com que ela assentisse e largasse Anastácia afastando-se dela o mais rápido que conseguiu.
                -Podes vir para o quarto comigo, por favor? – perguntou baixinho agarrando-se ao seu braço, pela primeira vez desejava ter o seu arco perto dela para acabar por aquela coisa... aquela criatura.. agora percebia porque é que não gostava dela.

 

Boas férias.

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