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The one - 10

Quarta-feira, 06.02.13

 "Eu amo-te Becky"

 

 

 

 

Vesti um top porque o Verão já se fazia sentir, os dias secos tinham chegado.
                Não via Jack há um mês, nem na escola, nem na rua, nem nos sítios que eu conhecia tão bem e ele também. Tinha ido a sua casa depois do seu pai ter sido preso e ter confessado tudo o que tinha feito aos meus, mas… nunca mais tinha visto nem uma sombra dele.
                 Também nunca mais tinha entrado em minha casa, até a tinha colocado para vender e ia lá hoje buscar o resto das minhas coisas. Não sabia o que ia acontecer enquanto empacotava tudo, sentia que precisava de alguém, mas não queria aborrecer ninguém com as minhas coisas, já bastavam os meus dramas todos nos últimos meses.
Enquanto eu parecia na mesma, tudo em casa daquela família onde vivia agora estava a mudar. O pai e a mãe de Marie e Mason estavam a separar-se, pelos vistos ele tinha um caso com a empregada, Mason tinha arranjado uma namorada. Sim, eu bem tinha dito que ele não gostava de mim. Estava só confuso por sermos tão bons amigos e nos conhecermos há tantos anos. Marie era a única que continuava mais ou menos como eu, mas já me tinha perdoado, pelo menos isso.
                Desci as escadas como sempre fazia e assim que ia sair da porta senti-me ser puxada pelo braço. Olhei para trás de olhos arregalados e vi Mason, que me encostou a ele com um sorrisinho.
                -Eu vi o Jack, ontem. Estava a comprar um gelado, quando me viu desapareceu – olhei instintivamente para a minha chave de casa, para depois sentir as mãos do meu melhor amigo nas minhas bochechas. – Procura-o, não gosto de te ver assim. – levantei o olhar, tal como ele me tinha obrigado a fazer e assenti devagarinho dando-lhe um beijinho na bochecha.
                - Vou arrumar as minhas coisas e as coisas da minha mãe, queres vir? – perguntei. Estava contente que ele tivesse arranjado uma namorada e que me tivesse superado, mas sentia falta de quando eramos inseparáveis, ele tinha mudado muito com Catherine.
                -Desculpa, vou treinar e depois vou dar uma volta com a… - abanei a cabeça e abri a porta para sair.
                - Não faz mal, deixa – saí de casa sem que ele dissesse nada. Só queria algum tempo de qualidade com o meu melhor amigo e… talvez precisasse de algum conforto enquanto arrumava as coisas da minha mãe e do meu pai. Não sabia se conseguia fazer aquilo sozinha.
Mordi o lábio com força quando abri a porta de minha casa e a fechei. Por onde havia de começar? Tinha trazido o carro de Marie com umas caixas, ia empacotar tudo o que era importante para mim e para os meus pais e deixar o resto para os outros fazerem. Tudo o que ia arrumar agora ia para uma casa de férias que pouco era usada por nós.
                -Posso? – saltei quando ouvi uma voz, mas percebi que era apenas Mason. Virei-me para ele e sorri-lhe ligeiramente.
                -Não precisavas de ter vindo – olhei para trás dele, para ver se via Catherine, mas ela não estava com ele. – Onde é que ela está? – perguntei-lhe.
                -Eu cancelei, expliquei-lhe que precisavas e ela compreendeu – agarrou numa das minhas mãos e beijou-a. – Desculpa não andar presente – pediu-me puxando-me pela cintura para um abraço.
                - Eu desculpo – disse baixinho com a cabeça encostada ao seu peito – Estou feliz por ti, quero que estejas bem. Recebi um sorriso gigante de Mason, já não o via assim há algum tempo. Beijei-lhe a bochecha quando cheguei à mesma e puxei-o. – Anda mas é ajudar-me – sorri-lhe fazendo-o sentar-se no meio do chão a arrumar os livros dentro de uma das caixas.
Tive que obrigar o Mason a ir embora, porque ele tinha treino, não queria que ele tivesse ido tão cedo, mas já tinha sido bom. A conversa que tive com ele, o facto de ele me ter pedido desculpas e reconhecer que se estava a afastar de mais já me tinha dado forças suficientes para acabar o que estava a fazer. Quando fiquei sozinha fui para a cozinha, arrumar a salva de prata que a minha mãe tanto queria preservar quando ouvi uma cama a ranger. A minha cama já fazia aquele som há algum tempo, mas só quando eu me deitava ou levantava. Senti os meus músculos ficarem tensos assim que ouvi tudo de novo. Pousei a salva dentro da caixa e olhei para a porta como se alguém fosse aparecer dali. Voltei a ouvir o mesmo som e percebi de onde vinha. Do meu quarto. Quem é que estaria no meu quarto? Ratos? Agarrei numa jarra que estava a um canto da mesa pelo sim pelo não e abri a porta devagarinho. Havia mesmo ali uma pessoa, conseguia ouvir certos movimentos feitos. Quando vi o vulto aproximar-se de mim levantei a mão que tinha a jarra. A porta foi aberta e a minha reacção foi instantânea. A jarra da minha mãe embateu na cabeça de Jack e vi-o cair atordoado ao mesmo tempo que os cacos.
                -Jack? – deixei escapar um som de espanto e caí  ao seu lado, passando a mão pela sua cabeça, onde tinha a certado com a jarra. Afastei os cacos para não me cortar e passei um dedo pelo sangue que corria de um corte que havia na sua testa, aparentemente era o único.
                -Au. Au. – queixou-se ele afastando a minha mão. Engoli em seco e endireitei-me ficando a olha-lo.
                -Há quanto tempo estás aqui? – perguntei levantando-me e esticando-lhe uma mão para que fizesse o mesmo.
                -Não sei bem – disse olhando para a minha mão, mas lá aceitou e levantou-se. -  Não queria estar em minha casa e os meus tios são uns falhados por isso – encolheu os ombros. Apetecia-me saltar-lhe para cima e abraça-lo, ficar assim durante muito tempo até me esquecer de tudo.
                -Tu desapareceste, nunca mais ninguém te viu, tu tens a noção da preocupação que me...
                -Apeteceu-me – disse ele interrompendo-me – também te apeteceu contar tudo sobre eles. – houve uns tempos em que eu pensava que ele me ia compreender porque já perdeu a mãe, mas não… ele não ia compreender. Eu tinha-lhe tirado tudo o que ele tinha, tal como o pai dele me tinha feito a mim. Não tinha sido vingança, mas parecia. Conseguia compreendê-lo, mas ele também me devia compreender a mi.
                -Jack, eles mataram os meus pais, eu fiquei como tu estás agora. – pousei as mãos nos seus ombros, mas ele manteve-se na mesma posição – sozinho e sem ninguém. Eu não queria deixar-te assim, mas… eles eram criminosos.
                -Também o teu pai.
                -E pagou por isso da pior maneira – afastei-me virando costas e indo até à cozinha, ele vinha atrás de mim, conseguia senti-lo. Cerrei o maxilar para não chorar novamente, os últimos anos tinham sido passados assim e eu já estava farta.
                -Eu… - Jack tentou falar, o que me fez virar para ele – eu percebo-te. – não era preciso olha-lo para sentir que se estava a aproximar de mim. Todo o meu corpo se arrepiava a cada passo em frente que ele dava. – Mas eu estou…
                -Magoado, eu sei, ultimamente magoo as pessoas só com o olhar. – disse olhando os seus olhos que já estavam demasiado perto de mim, assim como os seus lábios.
                -Não – disse baixinho – assustado – senti uma das suas mãos no meu cabelo e fiquei a olha-o, ou tentei ficar porque só me apetecia beija-lo e continuar a beija-lo e beija-lo mais. – pensava que a pessoa que eu amava já não sentia o mesmo por mim, por causa das porcarias dos nossos pais – o meu coração parou por segundos, até tive que me agarrar à camisola dele para não cair. Ele tinha acabado de dizer que me amava não tinha? Não sei, parecia que estava a sonhar. – Eu amo-te Becky – disse baixinho – e eu sei que também me amas – assenti com a cabeça sem saber o que dizer e não foi preciso, porque ele me beijou.
               

 

Está uma coisinha fraca eu sei, mas isto das inspirações já não anda  muito bom à muito tempo, só fico inspirada quando não devo, que é nas aulas.

Foi último apesar de não ter parecido o.o, e já tenho outra em mente, mas essa só vem mais tarde, quando já tiver alguns capitulos de avanço.

Obrigada a todos os que leram e apesar de tudo espero que tenham gostado.

 

ps: visual em obras, se virem algo estranho não liguem

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