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The one - 6

Quinta-feira, 20.12.12

Como não quero deixar de postar um capítulo antes do fim do Mundo aqui está mais um.

Desculpem, sei que vem atrasado mas até com as férias não tenho inspiração nenhuma e é por isso que este está uma merdinha apesar de ser um dos mais importantes

Não revi, peço desculpa por possiveis erros ortográficos e é verdade, ainda não aderi ao novo acordo, não consigo.

 

The one  - 6

"Eles estão à tua procura Becky "

 

Penteei o meu cabelo e fiz uma trança que me caía de lado no ombro. Olhei-me o espelho agarrando na minha mala e quando me virei para trás vi Marie.

-Onde é que vais? – perguntou cruzando os braços.

-Ao treino. – disse calçando as minhas sapatilhas.

-Tu não vais ao treino à séculos. – levantou uma sobrancelha o que me fez fazer uma careta.

-Por isso mesmo Marie.

-Isso tudo é para veres o Jack não é? – ela avançou para mim e eu dei um passo para trás. No outro dia Jack tinha-nos trazido para casa no carro dele. Vínhamos todos num silêncio constrangedor que me irritava e que tentava quebrar com música, mas Mason só resmungava que estava com dores de cabeça. Pois, pois devia estar, da forma como tinha bebido devia. Marie ia chateada e completamente enciumada, pensava que tinha acontecido algo entre mim e Jack no quarto, por termos subido os dois, o que não tinha acontecido. Bem… Quase. Aquele momento em que ele me viu praticamente nua ainda me fazia ficar com calores. Ele era tão…
O pior era mesmo ele, Jack apenas conduzia o carro, só se mexia para isso. Depois do que tinha acontecido do disparo tinha ficado assim, eu sabia que ele sabia alguma coisa, o que eu não sabia... era se era tão importante quanto eu pensava que era.

Fiquei a olhar Marie quando ela voltou a avançar, parecia que me queria enfrentar. Devia estar armada em leoa com medo que eu lhe roubasse o pretendente.

-Ele está contigo Marie,  que tu não confias nele está visto, mas vê lá se confias na tua melhor amiga – disse apenas contornando o seu corpo e descendo as escadas. Suspirei quando mais uma pessoa me impediu. – Fala Mason, eu estou com pressa – olhei para as horas vendo que só tinha meia hora. Ele suspirou e abanou a cabeça.

-Deixa, vai lá. – Deu-me espaço para eu passar.
-Estás a pensar no que aconteceu na festa? – Perguntei. Ele andava a evitar-me desde o feriado. Andava todo estranho a inventar desculpas que tinha que ir embora sempre que eu aparecia em algum lugar que ele também estava.
-Não, deixa estar, falamos depois – Ainda o fiquei a olhar mas voltei a olhar para as horas e tive que sair. Fui a pé para a escola e entrei no campo de jogos vendo Jack ao longe também a treinar.

Eu sempre estive na claque, mas comecei a ficar desleixada e desisti. É claro que agora tinha voltado para ficar, precisava de ser eu de novo. Eu tinha um grave problema, não gostava de concorrência, eu era a líder da claque quando desisti e precisava de voltar a ser. Pois, não gostava de concorrência. Eu tinha concorrência em todo o lado no que tocava à minha vida amorosa, mas era só isso. Nenhum rapaz me via como uma líder toda boa como se via na televisão, mas não deixava de ser boa no que fazia. Sorri quando me cumprimentaram e claro, Jasmine não o fez. Ai que loira oxigenada.

O treino começou e eu tive todos os noventa minutos a fazer caretas. Não gostava das músicas, não gostava dos passos, não gostava dos truques, não gostava de nada. O melhor era que ninguém parecia gostar, mas todos a seguiam. Se eu queria fazer alguma coisa por mim, isso ia mudar.
Passei a mão pelo pescoço e fui até ao balneário feminino vendo Jack à minha frente. A equipa também tinha acabado de treinar.

-Estás toda suadinha, o treino anda a ser puxado demais para ti? – riu-se encostando-se à parede. Revirei os olhos com um sorriso. Ele era tão adoravelmente irritante. Tentei acordar com uns beliscões discretos e cruzei os braços.

-Que queres Jackson? – perguntei aproximando-me devagar. Ele endireitou-se já mais sério.

-Quero falar contigo. – levantei uma sobrancelha com a sua voz. Era algo sério, ele não era assim – sobre os teus pais. – também eu me endireitei e passei a mão pela minha trança. Apontei para a porta, ia dizer que ia tomar banho mas ele puxou-me. Entrámos dentro do ginásio e ele puxou-me para eu me sentar nas bancadas.

-Estás a preocupar-me – respirei fundo com o coração a martelar-me no peito. O que é que ele saberia sobre os meus pais? Ele tinha trabalhado com ele mas.. Ouvi-o respirar fundo e passar a mão pelo cabelo.

-Eles estão à tua procura Becky – disse aproximando-se de mim tocando-me com cuidado na trança. Ia para falar mas ele deixou a minha trança em paz e levou um dedo à minha boca. Engoli em seco deixando-o continuar – Os homens que mataram o teu pai… - ele abanou a cabeça e levou as mãos lá – eu não te posso contar isto – vi as mãos dele a tremerem e arregalei os olhos pegando numa delas.

-Fala Jack, começaste, acabas. – disse apenas apertando-lhe a mão – por favor.

Vi-o levantar o olhar e senti a sua mão apertar a minha ainda meio aos tremeliques. Depois de colocar a outra em cima das duas ele respirou fundo e olhou-me.

-Os meus pais mataram os teus – disse de rajada e eu só não cambaleei por estar sentada porque senti uma tontura que me fez revirar os olhos. Ele apertou-me a mão com mais força e chegou-se mais para mim – e a minha mãe morreu por causa dos teus.

-Hã...? – tentei raciocinar apesar de não ter a certeza se estava a ouvir tudo bem. Abanei a cabeça fechando os olhos e sustive a respiração.

-A minha mãe tinha HIV. Não tinha o vírus activo ia regularmente ao médico e tomava um monte de porcarias, tal como eu. –Vi-o baixar o olhar para as nossas mãos e fiz o mesmo sentindo uma festinha. Expeli todo o ar que tinha nos pulmões com o coração a querer rebentar e larguei as mãos dele. Foi mais um impulso que outra coisa, mas agarrei-me mais a ele como se o fosse perder a qualquer momento. Jack apenas continuou não parecendo ficar importado com a minha reacção, mas eu sabia que tinha que ter mais calma. – Eu nasci assim.. Ahm… O teu pai naquela época em que nos dávamos bem ficou a conhecer da situação da minha mãe, porque ela contou-lhe – eu assenti e vi-o fechar os olhos – Pelos vistos ele ficou muito empolgado porque trabalhava nessa área e acreditava que tinha descoberto uma cura. Testou-a em ratos, em todo o tipo de animais – consegui ver uma ponta de raiva nos olhos de Jack pelo meu pai, o que me fez baixar o olhar – e depois, como tudo resultava com eles, ou pelo menos parecia resultar pediu à minha mãe para ser a primeira cobaia dele. – engoli em seco subindo o olhar para ele e vi-o cerrar o maxilar. – Ela era tão burra – murmurou abanando a cabeça. Aproximei-me ligeiramente dele e toquei-lhe na bochecha por onde descia uma lágrima que ele também se apressou a tentar limpar.

-As experiências do meu pai mataram-na. – concluí e ele assentiu.

-Primeiro foi um sucesso – continuou quando recuperou – eu lembro-me de ouvir os meus pais falarem na sala que eu ia ter um futuro mais feliz e que não ia ter ligar com porcarias deste género – atirou-me para as mãos uma caixa que eu abri. Havia três tipos de comprimidos, eram de três formas diferentes, um azul, um amarelo e outro verde.  – A minha mãe chegou a tomar quarenta por dia - pressionou um lábio no outro e guardou novamente a caixa – ainda bem que cientistas melhores que o teu pai conseguiram reduzir.

Endireitei-me no banco e encostei-me ao encosto da bancada olhando para as minhas mãos já sem as dele.  – O que é que aconteceu depois do sucesso? – perguntei baixinho.

-Ela piorou e.. o vírus que estava inactivo passou a estar activo – engoli em seco – Ela morreu de pneumonia.
Subi o olhar para ele e abri a boca para lhe pedir desculpas mas ele não deixou.

-Não tens culpa Becky – sorriu-me agarrando-me numa mão e deu-me um beijinho na mesma.

-Fizeste-me sentir como se tivesse – disse engolindo as lágrimas e vi o seu sorriso desaparecer – eu sempre conheci o Mason e a Marie mas naquela altura eu não precisava só deles e eu sabia que também precisavas de mim – olhei-o – tratavas-me mal todas as vezes que tentava falar contigo – levantei-me e fiz com que ele me largasse a mão. Respirei fundo virando costas e passei a mão pelo meu cabelo tirando a trança. – Eu não vou trazer recordações dessas do passado, não quero estar chateada contigo – virei-me de novo para ele e embati com a cabeça no seu peito – mas precisas de me dizer a verdade  - continuei levantando a cabeça para o olhar e já só o vi a assentir e aproximar-se demasiado.

 

E agora? Beijinho ou nem por isso?

Desculpemmmm eu sei que está uma merdinha, desculpem.

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