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5ºCapítulo
Mulher de arco e flecha
-Não, eu só te contei para teres cuidado Grace, eu não vou deixar que te metas nisso. A tua mãe disse que isto não era lugar para ti, ela queria que fosses uma criança normal, que nascesses como uma humana simples e vais continuar assim – disse Kate decidida.
-Desculpa avó, mas não me podes impedir. – Desde quando é que ela continuaria a ser uma humana simples? Tinha quase morrido com veneno daqueles… no seu corpo, tinha sido atacada e agora que sabia de tudo, ou de um bocado do que era a vida real não ia voltar a ser a mesma. Apesar de tudo, ela já não era uma criança.
Quint não lhe tinha conseguido resistir, se é que tentou fazê-lo, disse logo que a podia ensinar a fazer o que quisesse.
Neste momento Grace estava em frente a um saco de boxe, o rapaz, seu treinador tinha-lhe dito que era só dar um murro e pontapear de vez enquanto, até fez uma demonstração que Grace achou deveras sexy. Quint era um rapaz muito... bonito, talvez quisesse passar mais tempo com ele. Para a ensinar claro.
-Concentra-te – pediu Quint. Grace assentiu com uma expressão séria enquanto olhava para o seu “inimigo”, mas assim que lhe lançou um murro deu um grito estridente e agarrou-se à mão gemendo de dor.
-Aiaiai, isto dói – disse quase com as lágrimas nos olhos. Rafael não tinha feito barulho nenhum, mas estava a assistir, neste momento tentava não se rir, mas não conseguiu aguentar.
-A sério que estás a tentar Quint? – sentou-se no sofá do fundo da sala de treinos e abanou a cabeça – é um caso perdido. – Quint olhou para o irmão meio irritado.
-Deixa-a Rafael, ela está a tentar. – Defendeu a rapariga. Grace virou-se para Rafael que agora estava mais sério e enquanto massajava o pulso, esboçou um sorriso cínico.
-E vou conseguir! – disse com um ar superior passando as mãos pelo seu cabelo e prendendo-o ainda melhor à cabeça. – Outra vez. – disse decidida, fingindo que não lhe doía.
Grace tentou fazer o mesmo vezes e vezes sem conta até estar esgotada e faminta. Apesar de todo o seu esforço e boa vontade, não conseguia bater no saco de box sem se magoar. No fim, Quint tinha-lhe dado umas luvas para que tentasse, mas nem assim, ela não tinha muita força, pelo menos não tanta em comparação com Susie, porque em comparação com outras raparigas humanas ela dava cabe delas.
Anastácia e Susie estavam ambas no jardim, tinham-se tornado bastante amigas desde que a primeira tinha chegado a Hidra, mesmo não sendo Susie uma rapariga de grandes amizades. Grace, que já tinha tomado banho e se arranjado para jantar, foi devagarinho ter com elas, olhando as duas. Não gostava especialmente de Anastácia, apesar desta ser querida e simpática para ela, ao contrário de Susie, o que era um pouco contraditório, mas ela tinha as suas manias.
-Alguém te chamou para aqui? – perguntou a rapariga antipática, fazia-a sempre lembrar-se de Rafael.
-Oh deixa-a Susie, ela não tem amigas por aqui! – repreendeu Anastácia. Grace olhou-a e acabou por abanar a cabeça arranjando uma desculpa para sair dali rápido.
-Não, eu só queria perguntar se… alguma de vocês tem… - pensou um bocadinho, mas acabou por encolher os ombros virando costas – esqueçam, eu peço à minha avó. – disse começando a ir para dentro de casa sob o olhar confuso das duas raparigas.
Quint estava a sair de casa e já era de noite, mais tarde o jantar estaria pronto. – Onde é que vais? – perguntou Grace, porém Rafael apareceu descendo as escadas e foi ter com o irmão.
-A nenhum lado que te interesse miúda – disse logo Rafael, interrompendo o que Quint ia dizer.
-Pára de ser antipático, seu estúpido!! – alterou-se Grace agarrando numa jarra da avó e atirando-a com pontaria à cabeça dele. – Estás sempre a ser mal criado comigo e eu não te fiz nada! – gritou-lhe irritada, só se apercebendo depois que ele estava a sangrar. Abriu ligeiramente a boca e aproximou-se dele. – Desculpa.. – pediu. Quint estava com os olhos arregalados e olhava para Kate que estava à porta da sala a olhar para tudo meio perplexa. Grace abriu a boca para pedir desculpa mais uma vez, mas não ia descer tão baixo, a culpa era dele. Se não fosse tão estúpido e respondão nada disto tinha acontecido. Rafael estava com uma mão no olho e tinha a cara toda manchada com o seu sangue de um escarlate muito clarinho.
-Eu vou matar-te – disse com o maxilar contraido, saindo da sua frente para que não fosse já ali. Quint riu-se quando Rafael desapareceu para se ir limpar, e quando Kate desapareceu, ele mordeu o lábio olhando para as suas mãos e depois para Grace.
-Acho que já sei um dos teus talentos.
Hidra ✥Mulher de arco e flecha - Um dia depois
-Atira agora – gritou Quint e assim que Grace fez o que ele pediu, a flexa foi directamente parar ao ponto minúsculo vermelho. O rapaz loiro bateu palmas às gargalhadas, só lhe faltava rebolar no chão. Ele estava completamente entusiasmado e admirado com o jeito que rapariga levava para aquilo. Grace riu-se das suas figura e respirou fundo com um sorriso.Pela primeira vez ela sabia que era boa a fazer alguma coisa. Ela nunca soubera isso, havia momentos em que se punha a pensar e até ficava desapontada com ela própria. A sua mãe e avó eram óptimas em tudo, Mae era óptima a cozinhar, até já tinha ganho um prémio num concurso, as suas amigas eram todas boas em algo desde que variassem entre organizador festas e música, já ela não era boa em nada. Até agora.
-Eu nasci para isto – disse passando a mão pelo seu peito brincando consigo própria no preciso momento em que Rafael voltou com uma cara nada agradável e um corte minúsculo ao lado do olho.
-Despacha-te Quint, há um alarme no Concelho. – Rafael estava só a centrar-se no irmão para não matar Grace, porque estava com uma vontade incontrolável de o fazer desde o dia anterior. Grace sorriu quando viu que ele estava todo amuadinho e agarrou numa das flechas de borracha atirando na direcção dele, mas Rafael apercebeu-se a tempo e agarrou na mesma, não se conseguindo livrar da próxima que se seguiu e lhe acertou na zona do coração. Irritado, atirou a flexa que tinha apanhado na direcção dela, mas ela desviou-se e começou a rir-se.
-Tira essa cara de mongo. – gozou com ele e olhou para Quint com um sorriso – posso ir com vocês? – perguntou, aliás aquilo não era uma pergunta porque se Quint negasse ela ia acabar por ir na mesma.
-Claro que não, mete-te na tua vida de princesa Grace, deixa-nos em paz, limita-te a ficar como és mesmo – desta vez Grace não gostou do que ouviu e subiu as escadas na sua direcção.
-E o que é que eu sou mesmo? – perguntei olhando-o nada bem disposta.
-Uma princesinha no teu mundo fantástico e cor de rosa – disse no mesmo tom mal humorado de sempre. Ela agarrou com mais força no arco e com a mão livre começou a bater-lhe com um dedo.
-Tu não sabes de nada – gritou-lhe e estava pronta a gritar mais com ele, mas Quint agarrou-a pelos ombros e levou-a para fora do campo de treinos, fazendo-a subir as escadas até à sala.
-Tem calma com o Rafael, não lhe dês ouvidos – riu-se – anda desanuviar, eu levo-te lá, mas leva isso – apontou para o arco e para as flechas, ela assentiu e colocou tudo às costas.
-Obrigada loirinho – agarrou-se a ele com um sorriso.
Rafael não gosto da ideia de Quint trazê-la, ainda lhe acontecia alguma coisa e depois o culpado acabava sempre por ser um deles. Ainda para mais ela era neta de Kate e ele não se ia sentir bem com mais nenhum dano que pudesse acontecer naquela cabeça oca.
O concelho ficava no centro de Hidra, Rafael foi sozinho na sua mota enquanto os outros dois foram na de Quint e quando lá chegaram, Grace ficou de boca aberta e de olhos arregalados. Aquilo era grande demais para Hidra, ela nem memória tinha daquele lugar, mas sabia que Hidra não era assim um país tão grande para ter uma cidade daquelas. Os prédios do centro tinham mais de sessenta andares sem exagerar, porém Grace não teve muito tempo para se deixar deslumbrar porque Quint agarrou-a pela mão para que corresse. Com aquilo tudo não tinha percebido que cães raivosos estavam atrás deles, prontos a atacar.
-Acorda Grace – gritou Rafael quando a viu completamente distraída, ele não podia acreditar que aquilo estava a acontecer, até eles tinham conseguido entrar. Estes mutantes eram dos mais fracos, apesar da sua força e de se saberem desviar bem das balas de prata. Prata era uma das coisas que resultava para matar, alguns deles tinham-se tornado alérgicos e morriam rapidamente após serem baleados.
-O que é que eu faço? – perguntou Grace olhando para Quint que abanou a cabeça concentrando-se para atirar uma bala certeira à cabeça, do que Grace pensava ser, um cão.
-Desenrasca-te, é o teu treino. – Grace olhou-o incrédula, mas ele já estava a entrar no edifício principal. Aterrada pelo medo foi atrás dele, ainda tinha procurado por Rafael, mas nunca mais o tinha visto.
Tinha sido má ideia, o edifício principal tinha um hall de entrada gigante que estava destruído e sem reparos possíveis. A rapariga engoliu em seco e passou as mãos pela cara, prendendo depois o seu cabelo num carrapito sem jeito. Era o seu treino, apesar de ela estar aos tremeliques, ela ia conseguir salvar-se a si própria sem ajuda de ninguém. Estava decidida a isso.
-Oh meu deus, isto está cheio deles – murmurou cheia de medo. Alguns dos mutantes eram tão grandes e fortes que só a cabeça deles já tinham deitado paredes ao chão. Grace saltou quando ouviu um estrondo e escondeu-se atrás de uma jarra que era maior que ela. O seu coração estava aos pulos no seu peito, ela só queria ir embora, mas não podia. Um dos seus gritos ecoou pelo antigo hall de entrada, quando se apercebeu que um lobo gigante, preto, de boca aberta, com duas fileiras de dentes brancos a verem-se estavam prestes a vir na sua direcção para a atacar. Mas, num acto de pura coragem –ou desespero –, Grace atirou uma flecha de olhos fechados e caiu no chão devido a um estrondo que fez a sala toda tremer. Quando abriu os olhos, arregalou-os vendo o monstro morto no chão. Ela suspirou e levantou-se ainda toda a tremer. Procurou Quint e Rafael pela sala e ia gritar pelo primeiro, mas não queria despertar mais nenhum dos monstros. Estava pronta para sair dali a correr quando ouviu um gemido.
-Grace... – ela olhou em volta até que viu Quint debaixo do que restava de uma parede.
Estava com os olhos muito abertos e muito pálido, devia ter ficado encurralado quando se ouviu um dos estrondos e agora, para além de não se conseguir mexer, não conseguia respirar.
Será que ele se safa? Isto está grave...
Os comentários de quinta foram pouquinhos, mas eu desculpo na mesma.
Beijinhos e espero que gostem.
Olá :)
omg será que é esta que eu vou conseguir seguir do...
devo dizer que com o frio que estou consigo imagin...
Gostei imenso! Aliás adorei!Devo dizer que fiquei ...
ahahahahhahahaAHAHAHHAAHHAHAHAHAHAHAH ele é tão se...