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Hidra 2 - Antipatia I

Sábado, 23.02.13

2ºCapítulo

Antipatia - Parte I

 

 


A sua mãe parecia quer tortura-la, Hidra ainda ficava a longe, a sete horas de distância de carro, mas apenas a quatro de comboio. Grace não falou com a mãe durante metade das horas que andaram, estava irritada e achava que não havia motivos para tanto alarme, só lhe apetecia chorar de tanta raiva que tinha. Marge também não abriu a boca para falar, parecia demasiado perdida nos seus pensamentos, pensamentos esses que eram um turbilhão.
                -Porque é que estás a fazer isto? – perguntou Grace já mais calma devido ao cansaço, estavam quase a chegar, isso era notório devido à falta de rede que havia no seu telemóvel. Nem se tinha conseguido despedir do seu namorado como deve de ser e agora é que não ia mesmo. Olhou para a mãe, mas ela não planeava falar – eu já estive com outros rapazes antes do Frank e não apareci grávida. Eu não sou tu – o carro parou com as suas palavras e às bochechas pálidas de Marge viveram um rosa vivo; com isto Grace percebeu que estava metida em grandes sarilhos. Com apenas quinze anos Marge tinha ficado grávida de Grace mas tinha tido sorte, o pai gostava mesmo dela e até há cerca de dois anos tinham ficado juntos até que ele morrera. Tinha sido doloroso para todos, principalmente Grace tinha mudado muito, andava demasiado rebelde dando dores de cabeças e preocupações a todos.
                -Tu não sabes nada Grace e o pouco que sabes é insignificante. Apenas concentra-te no que realmente interessa que é obedecer-me. Não deve ser assim tão difícil. – Sarilhos que não foram assim tão grandes; devia passar-se alguma coisa mesmo grave para a sua mãe estar tão fora de si, ou então estava só mesmo com a mania de que elas eram iguais.
                -O que é me interessa é o Frank e nem isso consigo, nesta terrinha não há rede – resmungou ela apontando para a terra que se via pelos vidros. No fim da guerra a terrinha que se passou a chamar de Hidra, sendo a capital do país com o mesmo nome, foi destruída. Não restou nada, e o que restou de vida humana não ficou por ali. Grace sabia um pouco disso porque tinha estudado história antes do último teste, coisa que raramente fazia, mas era sobre a cidade da sua avó e ela acabou por se interessar. Olhando em volta tudo o que havia era floresta, uma casa ali e outra acolá, mas a Floresta Negra era o que se evidenciava mais. O centro da cidade era um pouco mais movimentado, mas não tanto. Não havia grandes lojas, cinemas, nem placares de cafés numas ruelas. Para Grace era tudo igual, antes quando era mais pequena ainda se divertia a ver a paisagem da floresta, mas agora não passava tudo do mesmo.
                Faltava menos de meia hora para chegar à fazenda de Kate, mãe de Marge e avó de Grace, esta última tentava recordar-se do pouco que ainda se lembrava para tentar distrair-se. Poucas memórias havia da casa, mas do que fazia lá ainda conseguia recordar-se. Fazenda que é fazenda tem que ter cavalos e muitos animais, a fazenda de Kate é uma a sério. Ela lembrava-se de se divertir à brava a correr atrás das galinhas, de aprender a andar num pónei para mais tarde andar de cavalo, e até de brincar no prado que havia no meio da floresta com a mãe. Sim, quando ela e os pais ainda eram uma família decente. Tinha apenas quatro anos nessa altura, nem sequer sonhava com o que poderia vir a acontecer depois. Marge e Kate zangaram-se por algo que ela ainda não conseguiu perceber, mas por alguma razão se sente culpada, a zanga foi tal que Marge e o marido foram viver para fora de Hidra com a menina. Ela era muito apegada à avó pelo que ela sempre a foi visitar, mas à cerca de três anos atrás deixou de ir devido a uma discussão com a filha. Desde então elas não se vêem, Grace não pode esconder que tem saudades dela, mas isso não a faz ficar entusiasmada, sabia que a mãe não ia mudar de ideias e ela ia ficar lá contrariada.
                -Chegámos – pela primeira vez após a meia hora Marge falou e olhou para a casa com alguma notalgia, enquanto abria a porta para sair. – Vou falar com a Kate, não me devo demorar, vem andando com as tuas coisas por favor. – A fazenda era agradável, por fora as heras tinham escalado as paredes com tanta densidade que nem a cor daria para ver. Atrás havia a densa Floresta Negra e por dentro dela havia estábulos espalhados, o quintal com todos os animais e a estimada horta da avó estava mais perto da porta de casa. Grace começava agora a recordar-se de muitas coisas que a fizeram sorrir. Depois de ver pela milésima vez se tinha rede ou não colocou o telemóvel no bolso e foi buscar a sua mala que estava prestes a abarrotar colocando-a no chão e fazendo as rodinhas andarem. Foi num passo calmo, não queria ouvir mais discussões entre aquelas duas.
                -Marge aqui não é lugar para ela, não foi o que disseste? – Kate esforçava-se por falar baixo enquanto ralhava com a filha, Grace ao ouvi-las suspirou por não ter andado suficientemente devagar e por concordar com a avó. A fazenda já tinha há muito tempo deixado de ser lugar para ela.
                -Por favor, nunca te pedi nada Kate – pedinchou Marge – nem quando estava aflita, é a Grace não sou eu. – reforçou a ideia calando-se quando viu a filha entrar. Grace nunca tinha visto a mãe suplicar, mas não ficou muito admirada, depois deste drama todo já a achava louca.
                -A mãe está a fazer um drama porque me encontrou com o Frank na cama – encolheu os ombros enquanto falava e olhou a avó que estava de olhos arregalados, mas logo pareceu esquecer esse assuntou e foi abraçar a neta.
                -Estás tão grande Grace – disse Kate depositando um beijo na testa da neta. Marge olhou-as cruzando os braços com uma pontinha de inveja.
                -Já não tenho treze anos avó.
                -Tens mesmo quantos? – perguntou afastando-se para deixar Grace respirar.
                -Dezasseis – sorriu sentindo uma festinha no queixo – Convence-a avó, eu não preciso de ficar cá, eu tenho tudo lá, eu sei comportar-me – prometeu.
                -Está decidido, ninguém me vai mudar de ideias Grace. – olhou para as horas e foi na direcção da filha dando-lhe um beijo na bochecha. – Tenho que ir, eu venho cá todos os fins-de-semana – avisou especialmente para Kate não ter surpresas e virou costas indo embora. Claro que vem. Ironizou a menta de Grace.
                -Mãe! – chamou Grace tentando ir atrás dela, mas a mão fria de Kate agarrou-lhe o pulso fazendo-a olhar para trás.
                -Deixa Grace, não vais ficar aqui para sempre. – olhou a mala – Vamos arrumar as tuas tralhas. – Grace suspirou passando as mãos pela cara, ia ter saudades de Mae, da sua tia Mae que lhe fazia tudo o que ela pedia e a mimava mais que a mãe.

                Grace deitou.se, estava cansada tanto da viagem como de arrumar o seu quarto novo, ela tinha-o mudado todo para que ficasse com o seu toque pessoal. Uma coisa ninguém podia negar, ela sabia conjugar cores e arranjar espaços, tinha feito tudo sozinha e estava tudo como ela queria.
                -Aqui trabalha-se Grace, eu tenho que ir lá para fora, já me ocupaste bastante tempo -tinha-lhe dito Kate quando a neta lhe tinha pedido ajuda. Antes disso, enquanto estavam a arrumar a roupa Kate contou um pormenor que a neta não sabia da fazenda, por estar há tanto tempo fora.
                -Há mais gente por aqui, não somos só nós – disse fazendo Grace levantar uma sobrancelha, a avó não tinha um marido nem mais filhos, por isso não fazia ideia do que seria. – Há mais cinco pessoas – arregalou os olhos fazendo mentalmente contas, havia então sete pessoas a viver lá agora. – São miúdos da tua idade, foram abandonados pelos pais e eu dei-lhes casa.
                -Desde quando? – perguntou fazendo uma careta.
                -Desde há muito tempo logo após a tua mãe sair desta casa – encolheu ligeiramente os ombros. – Ia fazer bem a mim e à primeira criança, mas depois foram surgindo mais – Kate era um coração de manteiga, não resistia a uns olhinhos bonitos a pedincharem alguma coisa. – Eles devem vir para jantar, vais poder conhece-los – sorriu-lhe – eles são pessoas em condições. – Grace não conseguiu dizer nada, apenas assentiu ficando a pensar naquilo enquanto fazia as suas coisas. Não sabia se queria conhece-los, afinal…
                -Não sejas estúpida Grace, eles foram criados pela tua avó – falou para si própria já deitada na cama passando as mãos pela barriga na zona do estômago que já roncava. Suspirou levantando-se e desceu as escadas até à cozinha, mas não teve oportunidade de lá chegar. Parou assim que viu um vulto e por já ser de noite os seus ossos regelaram por causa do medo.
                -Quem és tu? - ouviu-se uma voz grossa que a sobressaltou.

 

 

 

Então? Estão a gostar?

Eu dividi este capitulo em duas partes (a segunda será postada quando eu achar que todos leram esta, mas no máximo até terça deve estar postado) e não prometo nada mas pode ser que o próximo capitulo já tenha mais acção.

Agora é aquelas partes desinteressantes em que eles se conhecem todos e bla bla, se não estiverem a gostar digam por favor. 

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por Cate J. às 22:30

9 comentários

De Cate J. a 25.02.2013 às 15:10

Com quase todos ^^ 
ainda bem que gostaste ^^ 

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  • Helena Pinto

    Olá :)

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