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The one - 9

Segunda-feira, 28.01.13

"Jack, eu denunciei o teu pai e a tua madrasta"



Agora percebia porque não reconhecia a voz, estava distorcida com um aparelho qualquer. 
            -O quê? - falei baixinho tentando largar-me do que quer que me prendesse as mãos e os pés, que me fazia andar.

            -Onde está o antidoto? - voltaram a perguntar-me e senti uma pressão no pescoço. Não estava a ver nada porque tinha uma espécie de saco a enfiada na cabeça e era isso que pressionava o meu pescoço agora. Tossiquei abanando a cabeça. 

            -Eu não sei de nada - disse com o medo a surgir no meu peito, a única coisa que tinha em mente e que conseguia pensar era em como sair dali. 

            -Essa não é a resposta certa - senti uma coisa debaixo do rabo e tentei olhar para os lados mas continuava sem ver - vais ficar aí a pensar.

            -O quê? - guinchei a tremer - Eu não sei de nada juro. Juro. Juro - fechei os olhos com força e tentei controlar-me para não entrar em pânico, sabia que se entrasse ia ser pior. Quando senti uma brisa mais fresca na cara percebi que já me tinham tirado o saco pelo que olhei em volta mas só vi uma pessoa toda de preto a ir embora. Estava numa sala vazia, completamente vazia, apenas à minha frente havia uma janela e em todos os cantos uma porta. Olhei em volta e cerrei o maxilar com força. Começava a odiar o meu pai, tinha sempre seguranças atrás dele e atrás da minha mãe, mas tinha morrido, a minha mãe tinha-os dispensado e agora todos tínhamos morrido. Se já me considerava morta? Já. 

O que estava a prender os meus pulsos não era corda, era um fio de plástico fininho que os cortava se me mexesse muito, o mesmo acontecia com os tornozelos. Conseguia vê-los. - Vá lá... - murmurei enquanto tentava uma forma de colocar os meus braços para a minha frente, mas era impossível passa-los por cima da cabeça.  O meu corpo não estava preso à cadeira, pelo que me atirei ao chão, sentando-me e sorri quando tive uma ideia. Tinha que passar os meus braços por baixo do rabo e depois pelas pernas, só assim daria. 

Demorei cerca de cinco minutos a fazê-lo, era boa no que praticava e tinha uma boa elasticidade, olhei para os meus pulsos em sangue e levei o fio à boca, isso sim demorou mais porque o fio não rasgava.

            -Rebecca - ouvi e dei um salto olhando para todas as portas já só vendo Jack a agarrar-me ao colo. Eu sabia que era ele pelo seu cheiro,pois só depois o consegui ver - Becky - voltou a repetir na sua forma mais carinhosa. - Desculpa.

            -O que é que estás aqui a fazer?  - perguntei a Jack, agarrando-me a ele, grata por de onde quer que ele tenha aparecido, me tinha salvo. - Onde é que estamos? - ele não falou - Jack o que se passa? - tentei sair do colo dele, mas ele não deixou e quando dei por mim já estava no seu quarto, como naquela tarde. - Mas... - olhei-o de olhos arregalados. - foi o teu pai... 

Ele fiquei na mesma posição séria a olhar-me. 

            -Não foi o meu pai - disse baixinho e sentou-se à minha frente - foi a minha madrasta.

            -E o teu pai - insisti levantando-me. Precisava de sair dali, precisava de encontrar o pai de Marie e contar tudo. Quando estava quase a chegar à porta ele meteu-se à frente. - Sai já Jack - ele não fez por isso e eu dei-lhe um murro na barriga tentando abrir a porta, mas isso não aconteceu. Estava trancada. - Jackson abre a porta - gritei-lhe vendo-o aproximar-se. - Não. Deixa-me ir embora - ele aproximou-se mais até me agarrar fazendo-me contorcer para sair dali. - JACK - gritei-lhe aos ouvidos a espernear.

            -Não Becky, cala-te por favor - disse contra mim fazendo-me ficar parada - o meu pai ajudou, ele fica diferente com ela, mas não... 

            -Foi ele - limpei as lágrimas agarrando-me à camisola dele. 

            -Tem calma - pediu-me abraçando-me. - Já passou, ele trouxe-te para casa e disse para te vir buscar.

            -De certeza que não era para vir assim - disse a tremer, mas ouvi-o rir-se.

            -Não, não era assim.

                -Para que é que eles querem o antídoto? Se é que existe um.– perguntei afastando-me e virando-lhe costas. Não percebia porque é que ele não me contava tudo de uma vez e deixava que coisas como estas acontecessem, podia ficar tudo esclarecido num instante, ou não, porque eu não sabia de nada disto do meu pai e muito menos sabia de um antídoto. Vi Jack engolir em seco e sentar-se, virei-me para ele e fiquei a olha-lo.
                -Porque a minha mãe não foi a única – disse baixinho – A minha irmã mais velha… – juntei as sobrancelhas. Irmã mais velha?
                -Tu tens uma irmã mais velha? – perguntei sentando-me ao seu lado e vi-o anuir.
                -Não é filha legítima e estava a viver com o outro – levantei uma sobrancelha enquanto ela falava – a minha mãe perdeu em tribunal quando souberam da doença – explicou – mas ela também foi submetida aos testes e… a minha madrasta é a mãe dela, o outro morreu.
                - O pai da tua irmã morreu e era casado com a tua madrasta – ele assentiu e eu fiz o mesmo.
                -A minha irmã está mesmo mal e… eles querem o antídoto, mas não confiam em ninguém, acham que pode fazer alguma coisa.
                -Eu não sei sobre o antídoto. – abanei a cabeça – mas posso procurar – disse baixinho, só tinha que pensar um pouco, o meu pai era um homem previsível e eu conhecia-o melhor que ninguém, quer dizer… pensava eu.
                -Queres que eu te leve a casa? – perguntou-me. Ainda fiquei na duvida se era a casa de Marie ou  a minha, mas como sabia que ele não se ia arriscar a ir à da ex-namorada eu assenti levantando-me.


Jackson levou-me no seu carro até minha casa, fitei-a de fora e engoli em seco. Era estranho voltar a entrar lá depois de tanto tempo.
                -Eu vou contigo – olhei para Jack quando falou e abanei a cabeça. Ele percebeu que eu queria fazê-lo sozinha pelo que se afastou e eu abri a porta devagarinho. A casa estava como eu a tinha deixado, depois da minha mãe ter entrado naquela depressão era eu que arrumava e limpava tudo. Comecei a andar devagarinho por toda a casa até chegar ao escritório do meu pai. Não fazia a mínima por onde ia começar, provavelmente nem estava aqui, ele não trabalhava só em casa. Mesmo assim eu sabia que ele pensava que em casa era mais seguro. Senti alguém atrás de mim e vi Jack a olhar-me pelo espelho que havia à minha frente. Fechei os olhos e respirei fundo abrindo a primeira gaveta que vi. Papéis, papéis e mais papéis. Fiz o mesmo nas outras todas e não havia nada.
                -Ele não tem um cofre? – perguntou-me Jack depois de muito tempo calado. Eu assenti e olhei para o mesmo, estava bem camuflado pela parede, mas eu que sempre tinha sido uma cusca conseguia perceber que ali estava. Fui até ele e abri a primeira porta encontrando depois os números para pôr o código.
                -Eu não sei o código – disse baixinho.
                -Disseste-me que o teu pai era previsível – olhei Jack – Tenta o teu nome, ou a tua data de nascimento – ele encolheu os ombros, mas tinha uma certa razão. Assim que digitei a alcunha que ele me dava, Beks, o cofre abriu-se. Havia dinheiro, estratos bancários, uma arma e uma caixa dourada. Agarrei na mesma e quando a abri estava lá dentro um frasco e uma seringa ao lado.
                -Achas que é isto? – perguntei a Jack e ele agarrou no frasco e assentiu.
                -Acho que sim – fechei o cofre novamente e levantei-me.
                -Então vamos dar isto ao teu pai e acabar com isto de uma vez. – disse apressada.
                -Não – vi-o abanar a cabeça – primeiro vais falar com a Marie, eu vou dar isto ao meu pai e… e ele vai parar com isto. – eu não acreditava muito no que ele me estava a dizer, mas assenti. Confiava nele para fazer o que quer que fosse, não confiava era na hipótese de ele conseguir. Sentei-me na cadeira do meu pai, recebendo um beijo na testa e vi-o sair de minha casa.

 

Tinha passado a noite minha casa, tinha sido um dia demasiado grande ontem. Quando acordei já tinha mais de cinco chamadas não atendidas de pessoas diferentes, até de Marie tinha, talvez tivesse ficado preocupada. Mordi o lábio sorrindo levemente e fui até à sua casa. Foi ela quem me abriu a porta, tinha um ar cansado e apesar dos seus olhos terem brilhados quando me viu, ela não sorriu.
                -Entra.
                -Eu preciso de falar contigo – disse ao mesmo tempo que ela e eu assenti assim como Marie. Entrei em sua casa tal como me pedira e subi até ao seu quarto, sentando-me na cadeira onde antes tinha adormecido com Mason.
                -Começa tu – mandou ela. Levantei a cabeça para a conseguir olhar e fiz um esforço enorme por sorrir-lhe.
                - Eu não vou pedir desculpas porque…  - baixei o olhar – Eu queria que aquilo tivesse acontecido já à muito tempo. – disse baixinho – mas depois começaste a namorar com ele e… eras e… e és a minha melhor amiga, eu perdi as esperanças todas.
                -Era disso que te queria pedir desculpas – disse ela fazendo-me olha-la – Eu não te posso culpar por tudo. – sentou-se ao meu lado – eu sabia que gostavas dele e mesmo assim meti-me com ele, eu sabia como ele era, todo machão e atrás de raparigas, sabia que eu não era a única na vida dele, mas…
                -Ficaste desiludida comigo – olhei-a – eu sei, eu também fiquei comigo.– disse baixinho.
                -Eu vou perdoar-te Becca – disse ela assentindo. – Mas agora não consigo. – baixei o olhar assentindo ao que ela estava a dizer e encostei-me mais ao banco.  – A minha casa é a tua casa, não precisavas de ter passado a noite fora. – senti o meu telemóvel vibrar no meu bolso, mas olhei para Marie ignorando-o.
                -Eu fico – ela sorriu e abraçou-me durante uns segundos, para se afastar logo.
                -Vou arranjar-me para ir para a escola, tu vais? – perguntou-me. Eu neguei com a cabeça e levantei-me.         
                -Preciso de falar com o teu pai. e com o Jack, acrescentei mentalmente. Ela assentiu e eu sabia que ela estava a morrer para me perguntar o que se passava, porém não o fez e foi arranjar a sua roupa.
Saí do seu quarto e desci até à cozinha, onde estava o pai de Mason a fazer o pequeno-almoço juntamente com a empregada que estava mais atrás.
                -Oh olá Rebecca, queres cereais? – mostrou-me a taça e eu abanei a cabeça.
                -Só preciso de falar consigo, obrigada – ele sorriu-me e apontou para o banco à sua frente, fui-me sentar nele e mordi o lábio.
                - Eu sei quem matou os meus pais – ele endireitou-se ficando mais sério. Contei-lhe tudo, desde o que meu pai fazia, até ao dia de ontem. Jack ia odiar-me, mas eles tinham morto a única coisa que eu tinha e isso eu nunca ia perdoar a ninguém.
                -Tens provas? – perguntou-me o general. Eu abanei a cabeça negando como resposta à sua pergunta.
                -Não, mas o pai do Jack quer o antídoto e já o tem. Se o apanharem é possível… O Jack não vai… – abanei a cabeça só me apercebendo que podia estar a incriminar a pessoa que amava.
                -Ele não tem culpa dos pais que tem, podes estar descansada, se não houver provas em contrário o Jack nem vai pôr os pés em tribunal.-  Respirei fundo de alívio e fechei os olhos passando as mãos pelos mesmos.
                -Por momentos pensei estar maluca – admiti.
                -Eu sei que não é fácil – sorriu-me carinhosamente e eu forcei-me para também o fazer. Jack podia não ir parar à cadeia como o pai e a madrasta e todos os outros que estavam envolvidos nisto, mas ia ficar sem ninguém, provavelmente a sua irmã ia morrer tal como a sua mãe, ele… Fechei os olhos abanando a cabeça. Ele ia odiar-me para sempre.

Agarrei nas minhas coisas e entrei na sala de aula, sentando-me ao lado de Marie. Não conseguia olhar para Jack, que estava mesmo atrás de mim a tentar chamar-me com papelinhos.
                -Deixe a menina Rebecca, Jack, ela chegou atrasada, tem muito que apanhar – disse o professor fazendo com que eu lhe agradecesse mentalmente, mas quando saímos da aula, ele não me deixou passar a porta.
                -Estás a evitar-me por causa da Marie? – perguntou-me com a mala só de um ombro e com uma das suas mãos a tocar-me no queixo para que eu o olhasse, uma coisa que eu tentava não fazer a todo o custo.
                -Jack, eu denunciei o teu pai e a tua madrasta. Desculpa. – disse de rajada e vi os seus olhos castanhos ficarem mais escuros, deixou cair a sua mão e o seu maxilar retesou-se. Eu tinha sido tão directa, talvez demasiado brusca, mas precisava de lhe dizer antes que ele os visse a ser presos e viesse ter comigo.
                -O quê? – perguntou sem acreditar.
                -Eles mataram os meus pais – tentei explicar-me, mas ele já tinha virado costas. Mordi o lábio como se isso fizesse com que o meu queixo parasse de tremer. Tal como tinha pensado ele não me ia perdoar e eu voltava à estaca zero. Tinha Mason e Marie, mas não tinha Jack.


Eu não devia postar, porque pronto.. mas o próximo já está escrito e deve ser o último.

Espero que gostem


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por Cate J. às 13:00

5 comentários

De i. a 28.01.2013 às 21:49

oh...meu...deus
é que eu nem sei bem o que dizer depois de um capítulo assim .l. adorei, adorei, adorei, e quero mais, mais, mais
ELES TÊM DE FICAR JUNTOS e.e
mas eu percebo-o..mas também a percebo a ela..coitadinhos
são todos sexys e a história é dramaticamente sexy e eu quero sexymente mais ^^
ahhh, passei-te um selo e.e

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